Contadores de Histórias, guardiões de memórias

 

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A arte de contar histórias existe desde os mais remotos tempos da história da humanidade. Nas culturas tradicionais essa forma de comunicação sempre teve a função de armazenar, difundir e perpetuar conhecimentos e valores, configurados em relatos míticos, contos e lendas.
Transmitidos cuidadosamente de geração em geração com fidelidade exemplar, os contos de tradição oral atravessam fronteiras. Viajam do Oriente para o Ocidente, de antigamente para hoje, manifestando, segundo Ítalo Calvino,” uma infinita variedade e, ao mesmo tempo, uma infinita repetição”.
Nos últimos séculos no Ocidente, os contos tradicionais foram assimilados à cultura infantil em grande medida. Ao mesmo tempo tornaram-se alvo de investigação de pesquisadores, como os Irmãos Grimm, por exemplo, que reuniram e estudaram esses materiais, permitindo que chegassem até nossos dias.
Em alguns lugares do mundo, contadores populares guardam o que sobrou da imensa riqueza de nossas raízes, expressando nossa identidade e diversidade cultural em meio à balbúrdia dos modernos meios de comunicação. Além disso, a arte de contar histórias vem renascendo nos grandes centros urbanos do mundo todo, desafiando as hipóteses sociológicas que previram sua extinção, por supor sua inadequação aos avanços tecnológicos da sociedade contemporânea. Parece que esta arte abre um espaço simbólico no corre-corre da vida quotidiana, propiciando reflexão e contato com questões humanas importantes, de uma forma distendida e lúdica. Através de variadas situações - desafios, exposição ao perigo, ao ridículo, ao fracasso, encontro de amor, enigmas, encantamento, humor - os contos tradicionais produzem efeitos em diferentes níveis: podem intrigar, fazer pensar, trazer descobertas, perguntas, provocar o riso, a perplexidade, o maravilhamento etc... Esses contos falam das possibilidades de transformação da existência humana.

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