Mas de que precisam afinal, as nossas crianças, para serem felizese crescerem saudáveis?
De uma Playstation? De um Nintendo? De um plasma gigante no meio da sala,
de um televisor no quarto, de um telemóvel no bolso e de um hipod na mão?
De um “Magalhães” que as torne mais iguais a todos os meninos da escola?
De uma conta bancária que cresça com elas?
De uma Linha telefónica para pedir socorro, quando os pais lhes baterem?
De mais e redobrada protecção contra todos os vírus à solta?
De novas aulas de Educação Sexual, muito precoces, muito explícitas, muito práticas, muito “bem orientadas”, em salas de aula, último grito em equipamento, luz e cor?
De escolas grandes, renovadas, espaçosas, cheias de janelas basculantes, confortáveis auditórios climatizados e modernos ginásios?
Sejamos simples e descomplicados,
Que em tempos de crise – como os nossos - convém resumir as necessidades supérfluas e focarmo-nos no essencial…
Sejamos simples e descomplicados…
Convenhamos que tudo isto pode fascinar, atrair e “encher o olho”…
Até dar votos e pôr as crianças a rir durante algum tempo…
Mas aquilo de que cada criança, verdadeiramente, necessita para ser feliz é de…
Ter um pai e uma mãe que procurem amar-se e entender-se,
Não a prazo, mas para sempre,
Pais com trabalho, sim, mas também com tempo para ser família,
Pais que se esforcem por estar de acordo sobretudo quanto à sua educação…
Que lhe dêem carinho, atenção e segurança,
Que a motivem e apoiem com o seu aplauso e louvor,
Que a corrijam com ternura e firmeza,
Que - se possível - a acompanhem nos seus estudos, dificuldades e progressos,
Que sempre confiem nela,
E que ela possa sempre confiar neles,
Que a preparem para enfrentar perigos e desafios,
Mas não a superprotejam, nem a abafem,
Que lhe ensinem a conquista gradual da liberdade,
mas sempre assente na responsabilidade,
Que a encaminhem para a vida em sociedade,
Facilitando-lhe laços fortes de solidariedade,
Se possível, com irmãos, avós, tios, primos e amigos.
Enfim, que lhe ofereçam diariamente – qualquer que seja a sua idade –
Bons exemplos, valores, convicções e uns braços sempre abertos
Para a acolher e abraçar,
Quando houver dores e tormentas,
ou simples alegrias a partilhar!
(in APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)