As histórias criam laços entre nós

 

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Da boca do adulto ao ouvido da criança, os contos são as primeiras confidências
filosóficas. Pela primeira vez, a criança vive a experiência do universal: ultrapassa as fronteiras
estreitas do “eu”, o gueto do “ego”… As histórias criam uma ponte entre nós e os outros e
fazem-nos sair do casulo do nosso pequeno mundo.
Tornar-se adulto, escreve acertadamente Albert Jacquart no prefácio de Qui a lu petit lira
grand :" é ser-se introduzido num novelo de encontros. Sim, a leitura, aberta ao outro, cria um
extraordinário mundo de encontros, porque convida à empatia e à emoção”.

A  palavra-chave: emoção. É também aquela que diferencia a história do discurso
moralizador. Não se imagina a que ponto o livro é capaz de transmitir emoção. À medida que as
crianças o vão folheando, sentem a revolta da Cinderela, o medo de Branca de Neve, choram ao
ouvirem o que diz a menina dos fósforos (que lhes fala também de Deus e do que está para além
da morte).
Esta ebulição de sentimentos e emoções está bem descrita pelas palavras de  Daniel
Pennac*   em Comme un roman: Satisfação imediata e exclusiva das nossas
sensações: a imaginação expande-se, os nervos vibram, o coração bate apressado, a
adrenalina sobe...

*Daniel Pennac, Comme un roman, Paris, Gallimard, 1995.

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